quarta-feira, 15 de junho de 2011

DENTRO DE MIM MORA UM ANJO

Um jovem casal de militares recebeu a maravilhosa notícia de que estavam grávidos. O processo de planejamento foi imediato e natural. Em poucas semanas, arrumaram parte de um enxoval, avaliaram os custos de reformar um dos quartos e procuraram o berço mais bonito.

Na época certa, a mãe realizou uma ultrassonografia para ver como estava o filho. E então veio a notícia ruim. Havia alguma coisa de estranho com a criança. Foram feitos alguns estudos, pesquisaram várias possíveis doenças no feto, e acabaram por definir o que tinha. Grande parte do cérebro da criança não existia. Não era o que se chama de anencefalia, porque havia ainda uma parte da massa encefálica, mas o volume era muito pequeno. A equipe médica logo de cara acreditou inclusive que seria incompatível com a vida.

A família desabou. A mãe, principalmente, entrou num progressivo estado de depressão, que só fazia piorar a cada semana. A sugestão médica inicial foi de que a gravidez deveria ser interrompida. O pai foi a favor do procedimento e de solicitar juridicamente o pedido de aborto, mas a mãe foi contra. Apesar de saber que as chances de vida eram mínimas ou nulas, queria seguir com a gravidez até o fim, e o pai acabou por concordar.

A gravidez prosseguiu sem grandes atropelos. Ao final do sétimo mês de gestação, nasceu prematuramente uma menina, que seria perfeita se não lhe faltassem quase 70% da massa cerebral. A primeira semana foi de tensão constante, e a equipe médica se revezou para manter a garota viva, necessitando de ajuda de aparelhos para conseguir respirar.

Mas ela ultrapassou a expectativa negativa. Mesmo sem boa parte do cérebro, mesmo com o pulmão pouco formado, sobreviveu à primeira semana de vida com força o bastante para atravessar muitas outras lutas. A garota não teve como deixar o hospital em momento algum. E, depois de estar completamente estabilizada, embora ainda ligada a máquinas para conseguir manter as funções de alguns órgãos, teve condições de sair da UTI e ficar em um apartamento dentro do hospital, onde poderia receber maiores cuidados da família.

Não conseguia deglutir o leite da mãe, sendo alimentada por sonda. Não conseguia se comunicar ou abrir os olhos ou emitir qualquer ruído, mas parecia sentir quando havia o toque dos pais, pois o corpo parava de se agitar e dormia tranquila.

A garotinha tem hoje quase quatro anos. Contra todas as possibilidades, continua viva e forte, crescendo no descompasso de seu organismo, ainda alimentada por sonda, ainda respirando por máquinas... Ainda amada pelos pais, que diariamente estão ali ao seu lado, com o mesmo toque de quando nascera e a mesma segurança do dia em que decidiram não parar a gestação.



DENTRO DE MIM MORA UM ANJO é uma música de Sueli Costa

terça-feira, 7 de junho de 2011

TENHO SEDE

Médico é acordado às duas da manhã para atender um paciente que chegou na emergência.
Quando entrou no consultório, deparou-se com um homem que parecia completamente sadio.

Médico: Boa noite. O que o senhor tem?
Paciente: Doutor... Eu vim porque estou com sede.
M: ... Com sede?
P: Sim, muita sede!
M: Desde quando o senhor está assim?
P: Foi agora de noite que atacou mais.
M: O senhor não bebeu água durante o dia, não?
P: Não... Trabalhei muito, só parei tarde. Esqueci de beber água.
M: E por que não bebeu agora?
P: Fiquei com medo de beber e ter alguma coisa.


...
[fatos reais]




TENHO SEDE é uma música de Gilberto Gil